Hoje o dia da mulheres não poderia deixar de homenagear.
No século XIX, a matemática Ada Lovelace
entrou para a história ao escrever o algoritmo que fundou as bases da
ciência da computação. Quase duzentos anos depois, soa até irônico
lembrar a importância de Ada para a tecnologia e encarar os dados que
revelam a falta de participação de mulheres no setor. Segundo a pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), dos mais de 580 mil
profissionais da T.I que atuam no Brasil, apenas 20% são do sexo
feminino.
Inspiradas em iniciativas estrangeiras como Mothership HackerMoms e PyLadies, projetos brasileiros
organizam cursos, encontros e palestras que aproximam as mulheres da
tecnologia e as ensinam a programar. Muitas dessas atividades são
gratuitas e destinadas a quem não faz nem ideia do que é java, PHP e
python. Reforçando a proposta de inclusão, os programas ainda oferecem
atividades direcionadas a mulheres negras e moradoras de comunidades.
“Para nós, a tecnologia também tem um viés político, por isso é
fundamental que essas atividades circulem além dos espaços privilegiados
das cidades”, diz Silvana Bahia, facilitadora da RodAda.
Apesar de
pequenas, essas iniciativas mobilizam uma quantidade considerável de
mulheres interessadas em aprender mais sobre tecnologia. Segundo
Silvana, somente a última edição do RodAda Hacker, em São Paulo, reuniu
120 mulheres. “O diferencial de projetos pequenos como o nosso é que
podem ser feitos por quem tem realmente vontade de fazer, e isso é muito
gostoso”, acrescentam as integrantes do #MinasProgramam.
Animou e quer aprender a programar ou participar de atividades relacionadas a tecnologia? Vai lá:
MariaLabMariaLab
é um coletivo feminista com a proposta de criar um hackerspace ("espaço
hacker", em tradução livre) que promova atividades para mulheres,
inclusive as transgêneros. Grande parte do grupo está na cidade de São
Paulo, mas elas planejam iniciar atividades também no Rio de Janeiro. A
MariaLab organiza encontros e eventos gratuitos para quem quer trocar
informações, fazer networking ou participar de grupos de estudos. No dia
05 de março, o coletivo promoverá o Mulheres Tech Day, em São Paulo.
RodAda HackerA RodAda Hacker
facilita encontros que incluem mulheres e meninas na tecnologia. A
ideia é que qualquer pessoa possa organizar uma atividade em qualquer
espaço, cidade ou país. Em dezembro de 2015, a Maratona RodAda Hacker
promoveu encontros simultâneos em seis lugares em São Paulo, incluindo a
comunidade do Capão Redondo. Segundo Silvana Bahia, facilitadora da
RodAda, incluir também mulheres negras e moradoras da periferia é
essencial.
PyLadies São PauloPyLadies
é um grupo internacional que tem o objetivo de aumentar inclusão
feminina dentro da comunidade Python, um tipo de linguagem de
programação. Para as representantes paulistas, Python é extremamente
simples e versátil, podendo ser usada em diversas áreas do conhecimento.
No Brasil, o projeto atua em cerca de 20 cidades, principalmente nas
capitais, promovendo eventos e cursos para mulheres que querem aprender a
programar. Nos três cursos ministrados desde a fundação, em setembro de
2015, o PyLadies São Paulo já mobilizou 90 participantes. Em 2016, elas
promoverão cursos mensais e grupos de estudos periódicos para
consolidar o conteúdo aprendido. As atividades são gratuitas.
PrograMariaA PrograMaria
incentiva o debate sobre a falta de representatividade feminina na
tecnologia e leva a discussão a grandes eventos como a Campus Party,
maior experiência tecnológica da américa latina. Em 2015, ao lado das
iniciativas RodAda Hacker, PyLadies São Paulo e MariaLab, recebeu o
prêmio Mulheres Tech in Sampa
graças ao projeto EuProgrAMO. Criado por Iana Chan e Luciana Fernandes,
ele consiste em um curso presencial de programação só para mulheres.
#MinasProgramamCriado em maio de 2015 com o intuito de incluir as mulheres na linguagem dos códigos, o #MinasProgramam
promove cursos de programação e encontros na cidade de São Paulo.
Muitas das atividades são gratuitas e as que são pagas oferecem isenção
de inscrição para mulheres financeiramente vulneráveis. Em dezembro do
ano passado, foi escolhido para receber o apoio financeiro do FRIDA Fund,
o que possibilitou a realização de eventos gratuitos como uma oficina
exclusiva para mulheres negras, em parceria com o coletivo Preta &
Acadêmica.
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